Após dias marcados por turbulência no mercado, Lula evitou críticas a BC e mercado e defendeu compromisso fiscal do governo.
Declarações vêm mexendo na cotação do real.
Haddad: Câmbio 'vai se acomodar' e responsabilidade fiscal é 'compromisso de vida' de Lula O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (3) acreditar que o câmbio vai "se acomodar" nos próximos dias, após uma escalada motivada por fatores internos e externos. Haddad foi questionado na saída de um evento no Palácio do Planalto sobre possíveis intervenções para valorizar o real em relação ao dólar. "O câmbio vai acomodar.
[Com] Tudo que nós estamos fazendo e entregando, e os compromissos do presidente", disse. Questionado sobre eventuais medidas que o governo poderia anunciar para tranquilizar o mercado, Haddad evitou detalhar propostas.
Disse apenas que a responsabilidade fiscal é um "compromisso de vida" de Lula. "É um compromisso de vida toda do presidente.
Quem vai ensinar isso pro presidente? Está no décimo ano de governo", afirmou Haddad. Lula e Haddad conversam durante evento de lançamento do Plano Safra para agricultura familiar. Reprodução/TV Globo Ao fim da cerimônia de lançamento do Plano Safra Agricultura Familiar, nesta quarta (3), Lula fez uma menção rápida ao tema.
Disse que "responsabilidade fiscal é compromisso" e que governo "não joga dinheiro fora". Diferentemente de discursos anteriores, desta vez Lula não mencionou o Banco Central, a alta do dólar ou o patamar da taxa de juros.
Na terça, o blog da Julia Duailibi mostrou que o presidente se reuniu com economistas, que o aconselharam a evitar declarações polêmicas. BC tem autonomia, diz Haddad O ministro também se esquivou de comentar se o Banco Central deveria ajudar o governo a conter a desvalorização do real neste ano – uma das maiores do mundo. "A diretoria lá [do Banco Central] tem autonomia para atuar como entender conveniente, não existe outra orientação", disse o ministro.
Entenda os motivos da alta do dólar Há uma semana, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse não ver motivos para intervir no mercado de moeda.
Desde então, o dólar seguiu crescendo na comparação com o real. ENTENDA: Juros nos EUA, cenário fiscal e declarações de Lula: veja a cronologia da disparada do dólar