Avaliação do campo progressista é de que, enquanto a direita não se organizar, Lula ganha vantagem eleitoral.
Aliados do ex-presidente apostam no apoio de Trump – fechamento da USAID, agência de apoio internacional, foi usado para defender, sem provas, a tese de interferência americana nas eleições brasileiras.
21 de novembro - O ex-presidente Jair Bolsonaro foi indiciado pela Polícia Federal por tentativa de golpe.
Além dele, outras 36 pessoas também foram indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democráio de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. TON MOLINA/FOTOARENA/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO A quem pergunta a um familiar ou aliado próximo de Jair Bolsonaro (PL) quem será seu escolhido para disputar a presidência em 2026 contra o PT, ouve que: “Bolsonaro é o plano A de Bolsonaro.” Como se sabe, o ex-presidente está inelegível até 2030.
Mas, como também se sabe, Bolsonaro investe e aposta em uma saída política que garanta a reversão de sua inelegibilidade, como revelou o blog na terça-feira (4). Na agenda de Bolsonaro, o calendário é o seguinte: registrar a candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2026, e segundo aliados disseram ao blog, e esperar a decisão da Corte até o fim — o que acaba arrastando e interditando o debate de sucessor na direita.
O plano de Bolsonaro é ser o candidato até onde der, pressionar e esperar as decisões judiciais – o que pode acontecer depois de abril de 2026, prazo máximo para um dos possíveis sucessores, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, deixar o cargo se quiser disputar a presidência. Só quando desistir, aí sim, escolherá um sucessor, que pode vir da sua família.
Esse cenário é comemorado por aliados de Lula.
A avaliação é de que Bolsonaro interdita o debate e racha a direita do ponto de vista eleitoral, atrasando a escolha e a construção de um candidato capaz de fazer frente a Lula junto à população. Ajuda internacional Outra fixação da família Bolsonaro é a aposta de ajuda internacional ao ex-presidente, principalmente em relação ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o bilionário Elon Musk.
O núcleo mais próximo de Bolsonaro acredita numa interferência dos integrantes da Casa Branca do ponto de vista político, no Brasil.
Nesta semana, parlamentares aliados do ex-presidente aproveitaram o fechamento da USAID, agência humanitária dos EUA responsável pelo financiamento de projetos de desenvolvimento internacional, para alegar, sem provas, que o órgão foi usado na gestão democrata para silenciar apoiadores do ex-presidente. A líder da minoria, deputada Bia Kicis (PL-DF), afirmou em plenário na terça-feira (4) que a USAID teria interferido nas eleições de 2022.
O discurso foi endossado por um dos filhos do ex-presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que declarou nas redes sociais: "Vamos colocar luz nisso tudo para responsabilizar quem interferiu na nossa democracia." Calendário do STF No Supremo Tribunal Federal (STF), como o blog revelou, a ideia é julgar Bolsonaro até o fim de 2025.
Para isso, ministros da Corte contam com uma denúncia fatiada da Procuradoria-Geral da República (PGR) e com a atuação de juízes auxiliares para agilizar oitivas, assim como foi no caso do mensalão.
Entre integrantes da Corte ouvidos pelo blog, não há dúvidas sobre a atuação de Bolsonaro no golpe — mas em relação a personagens menores, sim.
Principalmente civis.
Mas a respeito de Bolsonaro, a avaliação é de que não haveria como um roteiro do golpe estar em andamento sem um comando geral, vindo do chefe do Executivo. Na reta final das análises dos investigadores, são esperadas novas informações do núcleo do general Braga Netto, preso em dezembro, e do seu assessor, coronel Peregrino, tido como “Mauro Cid de Braga Netto.” LEIA TAMBÉM: Na mira do STF, Bolsonaro quer reforçar defesa e consulta Celso Vilardi Bolsonaro articula mudar Ficha Limpa no Congresso para driblar inelegibilidade Flávio Bolsonaro deve comandar Comissão de Segurança no Senado; PT e PL dividirão vice-presidências Bolsonaro vê operação casada de Gusttavo Lima e Caiado