Soberania não é algo que possa ser moldado e alvo de interpretações conforme ideias populistas e de limpeza étnica.
Trump durante entrevista à imprensa na Casa Branca Andrew Caballero-Reynolds/AFP Ainda que seja balão de ensaio, a fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é gravÃssima pois o que propõe o republicano é um crime de guerra.
Trump fez anúncio ao lado do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, que é alvo de mandado de prisão pelo Tribunal Penal Internacional pelos crimes que cometeu no conflito em Gaza O presidente dos Estados Unidos propõe um crime de guerra.
Mesmo que seja um ensaio desumano e populista, a proposta representa a gravidade do que Donald Trump quer fazer com o mundo: moldar as leis do planeta às suas vontades.
Miriam Leitão: O mundo precisa dizer não a Donald Trump. As leis internacionais proÃbem claramente qualquer guerra ou ocupação por anexação, como sugeriu Trump. O presidente norte-americano se utilizou de todos os simbolismos para dizer que não respeita leis.
Ao lado de Netanyahu, anunciou o absurdo que chacoalha o mundo, que é assumir a faixa de Gaza. Trump tenta relativizar as leis e o direito internacional assim como fez com a democracia.
Disfarça crime criando espuma com sua "‘releitura" sobre soberania.
Soberania é algo pragmático, não é algo que pode ser moldado e alvo de interpretações de acordo com ideias populistas e de limpeza étnica.
Assim como a democracia.
Trump é o lÃder que comandou as "reeleituras" sobre democracia feitas por seus seguidores polÃticos ao redor do mundo, que deturpam decisões judiciais tomadas com o devido processo legal e chamam de perseguição, atacando juÃzes e ministros de supremas cortes. O norte-americano quer replicar a postura com a soberania, e enfrentará reações de todo o planeta.