Ainda de acordo com Leandro Grass, a vistoria foi solicitada pelo protocolo convencional, o que não é o caminho para casos de urgência.
Uma turista de São Paulo morreu com a queda do teto da igreja.
Teto da Igreja de São Francisco desaba em Salvador. Defesa Civil de Salvador O presidente do Instituto Nacional do Patrimônio Histórico (Iphan), Leandro Grass, afirmou que a igreja cujo teto desabou em Salvador nesta quarta-feira (5) pediu na segunda (3) uma vistoria ao órgão.
A visita dos técnicos, segundo Grass, estava agendada para esta quinta (6).
Ainda de acordo com o presidente do Iphan, a solicitação da igreja foi feita pelo protocolo normal do Iphan.
Segundo ele, esse não é o caminho para o caso de uma urgência.
Uma turista de São Paulo morreu com o desabamento do teto e outras cinco pessoas ficaram feridas.
A Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como "igreja de ouro", é um dos principais pontos turísticos do bairro histórico do Pelourinho, na capital baiana.
"Ele [o frei responsável pela igreja] protocolou na segunda-feira, às 15h48, pelo protocolo padrão.
Ou seja, não se fosse, se ele tivesse de fato uma urgência, certamente teria ligado para o superintendente que tem o telefone dele.
Mas ele protocolou isso 15h48 pedindo uma vistoria do Iphan.
A vistoria estava agendada para amanhã [quinta-feira] às 14h30", informou Grass.
'Dilatação no forro' No pedido de vistoria, segundo o relato de Grass, o frei apontava "uma dilatação do forro" da igreja.
"Foi uma alerta do forro, não da estrutura.
Na verdade, não é uma alerta.
Ele detectou que o forro teve uma dilatação, pediu uma vistoria do Iphan.
Como o de praxe, sempre que é solicitado, a gente marca a vistoria.
Às vezes um dia, dois", continuou o presidente do Iphan.
Segundo Grass, se a igreja tivesse encontrado um risco urgente, a solução seria ligar para a Defesa Civil.
"Se ele comunicou a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros, eu não sei dizer.
Se, de fato, ele verificou alguma emergência.
Se tivesse algum risco de estrutura, ele deveria que comunicar esses órgãos”, concluiu Grass. Quem é responsável pela estrutura? Em nota, o Iphan disse que a responsabilidade pela estrutura é da Ordem Primeira de São Francisco.
Por se tratar de um patrimônio histórico, o Iphan faz restaurações e dá auxílio técnico. "O imóvel é de propriedade da Ordem Primeira de São Francisco, responsável direta pela gestão e manutenção da edificação.
O Iphan, enquanto órgão de proteção do patrimônio cultural brasileiro, tem atuado na preservação do bem, com ações como o restauro dos painéis de azulejaria portuguesa, concluído em maio de 2023, e a elaboração do projeto de restauração do edifício, atualmente em andamento", diz trecho da nota.