O café pode ser tanto benéfico quanto prejudicial ao trato gastrointestinal.
Isso vai depender de fatores como a quantidade ingerida e a predisposição individual.
Brasil é o segundo maior consumidor da bebida Freepik Quem resiste a uma boa xícara de café para começar o dia? Seja para despertar ou simplesmente pelo prazer do sabor, o café está presente na rotina de muitos brasileiros.
O país é o segundo maior consumidor da bebida, atrás apenas dos Estados Unidos.
Mas o cafezinho é mesmo um vilão para o trato gastrointestinal? Ou será que é só questão de moderação? O café pode ser tanto benéfico quanto prejudicial ao trato gastrointestinal.
Isso vai depender de fatores como a quantidade ingerida e a predisposição individual.
Como ele estimula a produção de ácido gástrico, pode causar desconforto em pessoas com estômago mais sensível.
Em contrapartida, ele também pode aliviar a constipação. "Ele provoca um estímulo à motilidade intestinal, esse é um efeito bom do café para o aparelho digestivo.
Inclusive, tem sido cada vez mais comprovada que a utilização do café em pós-operatório traz os movimentos intestinais de volta.
Várias sociedades orientam o consumo de café no pós-operatório como um fator de estimular o retorno da motilidade intestinal", explica Sidney Klajner, cirurgião do aparelho digestivo e presidente do Einstein. O que não pode faltar no café da manhã Saiba quantas xícaras é possível tomar sem ter complicações O que acontece com corpo quando se para de tomar café ☕ Café provoca gastrite? "O café pode estimular a produção de ácido gástrico, o que pode causar desconforto em pessoas com estômago mais sensível.
Ele contém substâncias como cafeína e compostos fenólicos que podem irritar o revestimento do estômago em alguns indivíduos, agravando condições como gastrite e refluxo gastroesofágico", explica Rogério Alves, gastroenterologista e hepatologista clínico da BP - a Beneficência Portuguesa de São Paulo. Contudo, nem todo mundo vai sentir esse desconforto, como lembra a cirurgiã do aparelho digestivo Vanessa Prado.
"Não é que você vai tomar um café e ele vai dar gastrite.
O café é um irritativo da mucosa gástrica.
Pode ser que você não tenha nada, mas pode ser que irrite a mucosa gástrica e você pode ter gastrite", diz. Em alguns casos, não é o café que causa dor de estômago.
A indisposição estomacal pode ser causada por aditivos como leite, creme, adoçante ou açúcar. ☕ Quantidade recomendada de café por dia Não há problema tomar café todos os dias, mas é preciso dosar.
Segundo Sidney Klajner, existe uma dose máxima recomendada para o consumo de cafeína, para evitar os efeitos colaterais do estimulante, como irritabilidade, insônia.
A quantidade segura é de 400mg de cafeína, equivalente a 3 ou 4 xícaras de café. "A mais importante é adequar a quantidade de café para cada tipo de paciente e para cada tipo de complicação que o estímulo pode causar", pontua o cirurgião do aparelho digestivo. Já quem tem problemas intestinais precisa ouvir o corpo e se atentar aos sinais.
Se o paciente não quiser evitar o consumo, pode tomar até duas xícaras, dando preferência ao descafeinado ou de menor acidez. Sobre o consumo em jejum, os especialistas ressaltam que tomar café com o estômago vazio não é recomendado, principalmente para quem já tem alguma sensibilidade, já que pode ocorrer uma produção maior de ácido gástrico. Quantidade segura é de 400mg de cafeína, equivalente a 3 ou 4 xícaras de café Reprodução/TV Gazeta ☕ Descafeinado é melhor? Por não ter a cafeína como estimulante, o café descafeinado deixa de ter um dos componentes de geração de acidez e de estímulo no estômago.
Optar por essa versão pode reduzir o desconforto em pessoas com sensibilidade gástrica. ☕ Atenção aos sintomas Os especialistas explicam que os sintomas mais comuns são: Queimação (azia) Dor epigástrica (na boca do estômago) Sensação de estufamento e má digestão Se esses sintomas surgirem, a orientação é reduzir ou suspender o consumo do café e consultar um médico. "O mais importante é não ignorar os sintomas.
Precisa prestar atenção.
Se permaneceu por mais de 24 horas, é preciso procurar um médico para ter o diagnóstico correto.
Não minimize os sintomas", alerta Vanessa Prado. Descubra o limite de xícaras de café por dia para não viciar