Paralisação estava prevista para esta quarta-feira e foi cancelada após reunião de Leite com representantes dos sindicatos.
Segundo investigação que mirou em empresas de ônibus, Leite tem relações estreitas com Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff preso.
O prefeito de SP, Ricardo Nunes (MDB), que tem seu principal aliado na presidência da Câmara Municipal, o vereador Milton Leite (União Brasil), André Bueno/Rede Câmara O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), agradeceu ao presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (União Brasil), por intermediar a negociação que pôs fim à greve dos motoristas e cobradores de ônibus prevista para esta quarta-feira (3).
Nunes negou qualquer participação da prefeitura na reunião.
"A prefeitura não participa dessa negociação, ela não participa! Em nenhum momento eu dialoguei com os dois conjuntamente.
Porque isso, a gente cria uma situação de distorção do processo.
As negociações são entre sindicato patronal e sindicato dos funcionários.
O que pode haver é alguém: 'Vem cá, vem os dois aqui e senta e conversa'.
No entanto, estava lá o sindicato das empresas, estava lá o sindicato dos funcionários, para fazer uma intermediação", disse.
"Ninguém, ninguém da prefeitura, ninguém tem procuração minha para poder fazer negociação.
Para fazer intermediação, a gente agradece e foi muito importante o que o presidente Milton Leite fez.
Chamar lá na Câmara, para tentar mais uma conversa entre as partes.
Nós não participamos!", completou.
Cerca de cinco horas após o anúncio de que motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista entrariam em greve a partir da 0h desta quarta, a paralisação foi suspensa após esya reunião entre Leite, o sindicato patronal e o dos motoristas e cobradores de ônibus.
Milton Leite foi indiciado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) como testemunha na ação judicial que trata das investigações sobre empresas de ônibus suspeitas de lavar dinheiro criminoso na capital paulista.
A investigação faz parte da Operação Fim da Linha deflagrada contra as empresas Transwolff e a UPBus, que são apontadas como pertencentes a um esquema ilícito do Primeiro Comando da Capital (PCC). Juntas, as duas empresas receberam da Prefeitura de São Paulo mais de R$ 800 milhões pela prestação de serviço em linhas de ônibus nas Zonas Sul e Leste da cidade. Segundo o processo, o vereador Milton Leite tem relações estreitas com Luiz Carlos Efigênio Pacheco, dono da Transwolff preso pela operação do MP-SP.
Conhecido como “Pandora”, Pacheco enfrentou processo na Justiça em 2006, acusado de ter ajudado no resgate de um preso ligado ao PCC em São Paulo.
Greve de motoristas e cobradores de ônibus é suspensa em SP Greve De acordo com o sindicato da categoria, os empregados pediam reajuste de 3,69% pela inflação, mais 5% de aumento real e reposição das perdas salariais ocorridas na pandemia de Covid-19.
No acordo, foi oferecida a redução da jornada de trabalho e, na próxima semana, haverá uma nova reunião para negociar as demais pautas, de acordo com o presidente do SindMotoristas, Edivaldo Santiago. A Justiça do Trabalho havia determinado que os grevistas garantissem o funcionamento de 100% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e no mínimo 50% nos demais períodos. Segundo a decisão, os trabalhadores não deveriam impossibilitar ou criar obstáculos às saídas dos ônibus das garagens, à circulação e ao acesso pelos passageiros.
E caberia às empresas de transporte coletivo disponibilizar os veículos para a prestação dos serviços.